segunda-feira, 9 de março de 2009


Nos mares que naveguei, não sei se me perdi ou me encontrei. Não sei o quanto de mim deixei, só sei o quanto dos outros, comigo levei.
E por não saber das questões espalhadas nos momentos vividos e na expectativa dos momentos perdidos, se me encontrei, hoje me perco.
Mas é que sempre me achei um pouco perdida e um pouco ‘encontrada’. Duas faces de um mesmo ser.
Hoje se navego, e vejo um risco de tempestade, já tenho a vontade de voltar. Não quero me entender perdida, é um estranho risco.
E ai eu quero fugir, mas fico sempre sem saber se este gesto é de um ‘perdido’ ou de um ‘encontrado’.
Porque antes, e hoje não sei, era da tempestade que eu gostava, era do louco, do intenso, do imprevisível, do risco.
Sim, pois ao encontro do inesperado, sentia sempre palpitar mais forte o coração.
Hoje, o inesperado me trava, me adoece, me estremece, me torna estranha a tudo o que fui e pude ser, a todo impulso juvenil, a toda insanidade sanamente sempre experimentada.

'É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia Não é?...'